Wednesday, February 03, 2010

Mandrake
























































































Desde a faculdade toda vez que tinha que escolher um livro pra ilustrar eu mandava logo um Rubem Fonseca. Agora me aparece esse concurso de criar a cara do Mandrake. Me empolguei
e mandei. Coloco aqui alguns esboços pra mostrar meu processo. Tem também um dos desenhos finalizados. O outro você poder ver aqui no blog do concurso.

É um personagem difícil. Só no primeiro conto, O Caso F.A., umas duas vezes alguma mulher fala que ele é bonito. Tentei fugir do galã. Acredito que Paulo Mendes tenha que ter um rosto forte, e um certo olhar amargurado, ele já viu muita coisa feia. As entradas e o cabelo "duro" o fizeram mais brasileiro.

Para o tom e o clima me inspirei nos mestres do claro-escuro Alex Toth, Jordi Bernet e um pouquinho de José Muñoz. Vendo o resultado final do desenho fiquei feliz, pois me recordei do
que disse pra um amigo depois que vi o piloto da série de TV: dá pra sentir o cheiro do submundo do Rio, um cheiro de uísque falsificado e cocaína barata.

Saturday, January 17, 2009




















Obamis famosão na revista Domingo da edição de 17 de Janeiro de 2009. Inda ficou na mesma página que o Gentilli. O cara não é o bom e velho Mumu da Mangueira mas é bem engraçado.

Tuesday, December 02, 2008

Obamis




















Fiz essa imagem na humilde, pra projetar no Baile Curinga, o que se seguiu foi uma chuva de encomendas de camiseta. Quem for do Rio vai poder comprar logo, aguardem. Reservem pelo e-mail da nossa mega corporação bailecuringa@gmail.com que a tiragem é limitada.

Tuesday, November 25, 2008

Curinga Luchador




















O baile cresceu.

É o baile do curinga!




















Flyer do (baile) Curinga, onde sou VJ e agora music colocator também, lesk.

Dia dos Namorados
















Primeira da série que fiz prum anúncio de uma cadeia de lojas.

Back from the dead
















Depois de muita confusão, voltei a desenhar.

Thursday, July 27, 2006







































My Velória

Essa é a capa da Mosh!#13, a revista que nunca vai existir, estrelando minha série "Velória". Mas não se preocupem, ela vai morar na nova publicação capitaneada pelo Renato Lima (co-editor da MOSH!). O projeto chama-se Jukebox. Estréia dia 6 de agosto no teatro Odisséia. Mesmo esquema da nossa querida e finada revista de bolso, quadrinhos sobre rock e afins, só que agora com um pouco mais de matérias.

Velória é uma menina de 16 anos. Estranha, obcecada pela morte, depressiva. Ou seja, uma dolescente normal.

Uma das minhas grandes influências durante a criação da personagem foi o humor obscuro e cínico de um sujeito chamado Stephin Merrit na forma da banda The Gothic Archies, que acaba de lançar uma faixa na coletânea Where's Neil When You Need Him, tributo musical ao roteirista de quadrinhos Neil Gaiman, criador da série moderna do Sandman. Eu sempre acompanhei o trabalho de Merrtit através de sua encarnação mais famosa, o Magnetic Fields, que consiste basicamente de sua voz soturna sobre bases de sintetizadores antigos, versando letras cafonas e desesperadas sobre amor. Tanto que, em 1999, ele lançou o 69 Love Songs. Isso mesmo, são 3 CDs, mais de 3 horas de duração e simplesmente NENHUMA das canções é menos que excelente. Por isso o álbum entrou na lista da maioria dos críticos como um dos melhores da década passada. Só recentemente é que conheci esse projeto paralelo dele, o supracitado Gothic Archies, que é exatamente isso que o nome diz, um mix de música dark (gothic) com um pop quase infantil (Archie, a popular série americana de quadrinhos dos anos 40/50/60). Encaixou perfeitamente no clima que eu buscava para o universo da Velória e mais ainda para a coletânea que homenageia o Neil Gaiman, onde eles contribuiram com a faixa Mr.Punch, originalmente uma graphic novel ilustrada pelo Dave Mckean sobre memórias soturnas da infância de Gaiman. O próximo projeto dos Gothic Archies é um disco inteiro baseado na série de livros infantis de Lemony Snicket, conhecida aqui como Desventuras em Série, que teve até filme estrelado pelo Jim Carrey.

Acompanhem as desventuras de Velória na revista Jukebox, de preferência ouvindo Gothic Archies, Magnetic Fields, Jesus and Mary Chain, Joy Divison e outras desse naipe.

Thursday, April 06, 2006


























I WANT IT LOUD!


Essa é a ilustração que fiz pra capa do CD "I Want It Loud!" que vai ser lançado nesse sábado 8 de abril, no Cine Íris. Clica que ela fica maior.

A edição limitada apresenta um encontro histórico da revista MOSH! com a festa Loud!: 12 bandas de rock independente brasileiro mais um encarte de histórias em quadrinhos.

Sem dúvida, um ponto de confluência importante entre essas duas turmas que têm em comum mais do que o ponto de exclamação no nome. A coragem de oferecer algo diferente. Quando alguém de fora me provoca com aquele velho "no Rio não acontece nada", eu respondo que a cidade não está morta. No Rio ainda tem MOSH!, cara, ainda tem LOUD!.

Seguem alguns motivos que justificam minhas crenças:

Quadrinhos de Gente Grande

Um amigo acaba de me dizer que a capa da Playboy do mês estampa a seguinte chamada "Quadrinhos de Gente Grande - De Watchmen a V de Vigança: 20 anos de uma revolução". O escambau. Odeio quando alguém diz que os quadrinhos pra adulto começaram com Cavaleiro das Trevas e afins. Watchmen é muito bom, Alan Moore escreve pra caramba, mas essas histórias de heróis ainda são para um público determinado, iconoclasta. As verdadeiras HQs pra adultos tem como leitores quem gosta de literatura underground, rock alternativo e congêneres. E foi isso que a MOSH! sacou. A revista publica o que há de melhor no estilo e pela primeira vez no Brasil podemos dizer que existem quadrinhos pra adulto com qualidade artística comparável ao trabalho de Daniel Clowes, Chris Ware, Adrian Tomine, Jaime Hernandez e suas Locas do Love and Rockets. Esses sim fazem histórias pra gente grande.

O maior trunfo da MOSH! é Fábio Lyra. Sua personagem Menina Infinito é perfeita. A capacidade de Lyra de inocular profundidade e melancolia dentro de um contexto aparentemente superficial é incrível. A primeria vista tenho a impressão de estar lendo histórias banais, daquelas que eu já ouvi milhões de vezes da boca de amigos, como ele perdeu a
cartela de consumação de bebidas numa festa, como o ex-namorado deu de presente pra um camarada o CD-R que ela tinha gravado pra ele. Mas graças ao domínio absoluto da narrativa e dos desenhos sublimes, sou quase que forçado a entrar na cabeça da personagem e perceber o quanto o coração dela está quebrado por causa de um simples CD gravado.

De alto nível também são as crônicas suburbanas de Vinícius Mitchell (um ilustrador amadurecido) e o humor corrosivo e traço idem do Super Rock Ghost, de Fábio Monstro. Isso falando dos cariocas. Lá do sul tem o imbatível Odyr e sua Old Muse.

Cinema Pornô

Numa cidade que oferece sol, praias, montanhas e curvas gratuitas o ano inteiro, os acontecimentos "alternativos" sofrem de uma carência de público crônica. Mas a festa LOUD! se mantém ativa sem se vender a patrocinadores e sempre inovando em termos de bandas, DJs, visual e acontecimentos bizarros. Já presenciei cenas antológicas nesses anos de Cine íris, que, pra quem não sabe, funciona como um cinema pornô durante o dia: a volta dos Replicantes onde o público quebrou toda a primeira fila de poltronas, a apresentação do Stereolab com Pedro Almodóvar na platéia. Um casamento no palco, dois campeonatos de Air Guitar.

Encontro

Participei da trajetória da MOSH! desde quase o início, produzi os primeiros lançamentos da revista e desenhei algumas histórias. Desde 2003 faço as projeções de vídeos no terraço da LOUD!
A revista me fez voltar a desenhar quadrinhos e a festa mostrou meu trabalho visual para um público diferente e de forma inusitada. Fora o fato de que apresentei uma para outra num lançamento da MOSH! que fiz na LOUD! em 2004. Por isso mesmo foi com muita honra que desenhei a capa para o CD/revista que materializa o encontro desses dois titãs da cena alternativa carioca. Nada mais justo.

Sandro Menezes

Friday, March 03, 2006












O DIABO E DANIEL JOHNSTON

No Rio Fanzine do Globo de hoje, vocês poderão ler a matéria que fiz sobre Daniel Johnston, um músico que influenciou de Kurt Cobain a Beck, esteve presente nas trilhas sonoras fundamentais dos anos 90 (Kids, My So Called Life, Antes do Amanhecer) mas sua loucura crônica o fez invisível ao grande público.

Esbarrei no trabalho dele sem querer, como esbarramos nas melhores coisas que nos seguem pelo resto da vida, a mulher que amamos, os melhores amigos e os vícios que nos destroem ao mesmo tempo em que nos fazem vivos. Folheava pela milionésima vez o catálogo da editora de quadrinhos Fantagraphics quando me deparei com um livro chamado Songs in The Key of Z, sobre música Outsider: mendigos cantores, imitadores de Elvis suecos e coisas do gênero. A publicação era devidamente acompanhada de um CD. Não sosseguei enquanto não arranjei o disco.

No meio daquela bizarria, na maioria curiosidades impossíveis de serem ouvidas mais de uma vez, estava Daniel Johnston. Suas canções me acompanham desde então. O texto do jornal e o desenho que o ilustra são meu humilde tributo a ele.

Sandro